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A invenção da fotografia e posteriormente do cinema, devem-no muito á pintura artística, em virtude da apropriação de obras plásticas para a criação artística de fotografias ou de planos, que enriquece o visual destas artes multimédia.

Criar uma nova forma de visualizar a obra de arte, através do uso do movimento (cinema) e do real (fotografia), engrandece a análise detalhada de diversos aspetos da obra de arte e de, como o corpo abraça a reprodução técnica dessa mesma obra, dando-lhe vida.

Quando o cinema se encontra com a pintura artística.

“Em primeiro lugar, a reprodução técnica é mais independente do original do que a manual. Pode, por exemplo, por meio da fotografia, fazer ressaltar certos aspetos do original só acessíveis à objetiva, que é regulável e escolhe livremente o seu ponto de vista, mas não à vista humana; (…)” (p.210, Walter Benjamin)

Primeiramente, a fotografia engloba um vasto número de elementos que ajudam a um maior contacto do espetador com a obra. Através do zoom, da regulação da exposição e da objetiva, o olho humano consegue analisar ao pormenor aspetos que não são percetíveis imediatamente. O cinema, também tem essa função, mas através do movimento.

“Com a fotografia, a mão liberta-se pela primeira vez, no processo de reprodução de imagens, de importantes tarefas artísticas que a partir de então passaram a caber exclusivamente aos olhos que veem através da objetiva.” (p.209, Walter Benjamin)

Passamos assim a pintar o real através do uso da câmara, de filtros, de perspetivas. A arte imagética deixa de ser produto apenas da mão e das pinceladas. O artista passa a dar privilégio ao olhar humano para criar a arte. Existe toda uma nova perspetiva perante a realidade, segundo a maquinaria usada para fotografar ou criar cinema.

Será que estes tipos de reprodução artística também retiram a aura/autenticidade á obra de arte (pintura)? Ou, essas artes multimédia dão ênfase á pintura?

Para isso, o filme Loving Vincent de Dorota KobielaHugh Welchman é o exemplo ideal de como a conjugação destas três formas de arte autentifica as obras originais. Um filme biográfico que retrata a vida do pintor Vincent Van Gogh através do uso, em movimento, das suas obras.

Loving Vincent – processo artístico

Assim, com a utilização de pinturas em stop motion no cinema, as telas ganham vida e transformam-se em sequências através de fotografias de alta definição, tiradas aos atores e, de recursos avançados da animação.  Um filme inteiro pintado á mão que trás vivacidade ás obras originais.

Bibliografia:

Benjamin, W. (1936), A obra de arte na época da sua possibilidade de reprodução técnica