A imaginação gerou a criação, criação esta que levou à reprodução. Será que a reprodução detalhada é tão exímia como uma criação original?

Com a evolução tecnológica, deixou de haver uma só invenção, uma só criação e passou a haver uma série de reproduções, ou seja, o que antigamente era considerado uma relíquia por ser algo único tornou-se uma banalização devido à sua massificação. O respeito pela obra de arte diminui pela quantidade de imitações que a mesma detém.

Uma obra criada é portanto uma obra massificada!

Por tais razões, é possível afirmar que, pela reprodução, a importância do original diminui, mesmo que seja a obra original. Mas do que serve a originalidade se há reproduções com as mesmas características? O que uma obra original possui é de extrema importância porque as suas reproduções em segundo grau esteticamente podem ser idênticas, mas o que as constitui varia, o que faz elevar a importância da primeira criação, do primeiro pensamento em detrimento do que é criado pela massificação da primeira criação.

Uma estátua, por exemplo, enquanto reprodução de algum indivíduo, parece demonstrar todo e qualquer aspeto vigente no mesmo, todavia não terá nunca o carácter realista que o indivíduo em si é possuidor. Outro exemplo, mais moderno e bastante presente nos dias de hoje, designa-se por Photoshop, isto é, uma aplicação que tem como função alterar a naturalidade de qualquer imagem nele inserido em que até é costume utilizar-se a expressão: “quem é feio torna-se bonito”. Isto demonstra que a realidade não é totalmente reproduzida, mas sim uma reprodução caracterizada por mutações geradas pelo aplicativo, não reais.

Concluindo, a partir da caracterização de uma obra original como exclusiva, é necessário reter que uma reprodução nunca funcionará como substituição pelo facto da originalidade ser insubstituível e dependente apenas e sómente do seu criador.

Estátua criada em homenagem a Cristiano Ronaldo