Fora dos costumes do ramo musical que é a música eletrónica, são poucos os que mostram um interesse que vai além da música, de forma a procurar conceptualmente o espetáculo, forma de manter o público cativado e incentivar a dança. O cruzamento entre as belas-artes visuais e a música é marcado como uma prestação inigualável, sendo esta visualmente apelativa.

O grupo em destaque, que tende a preencher os padrões anteriormente referidos, ganhou dessa mesma maneira a fama e o reconhecimento que tem hoje, conhecido como The Chemical Brothers. Actuando há mais de duas décadas, esta dupla é composta por Tom Rowlands e Ed Simons, considerando assim estes como pioneiros do estilo de música que é o “big beat”, dentro da categoria da música eletrónica. No entanto, enquanto peritos musicais, sujeitam-se a ser classificados como meramente concordantes no espectro artístico visual, delegando essa tarefa para os verdadeiros protagonistas dos bastidores, os programadores visuais que colaboram com o grupo desde a sua criação, Adam Smith e Marcus Lyall.

Num prazo de duas décadas, o desempenho desta equipa tem sido notável pelas inúmeras contribuições, auxiliando assim o crescimento do grupo e, consequentemente, do género musical. A manutenção e as constantes atualizações do espetáculo visual, considerado também “psicotrópico” de forma a enquadrar com o ambiente proporcionado.

Com o auxílio de um ecrã LED anormalmente grande, posicionado atrás do grupo enquanto atua, quantidades incoerentes de sintetizadores e a mais recente tecnologia à disposição, o desempenho visual tende a ser caraterizado como um dos melhores do mundo, de novo referindo que leva o grupo ao nível astronómico de reconhecimento.

Enquanto programadores talentosos, as críticas tendem a aparecer, maioritariamente pelo descuido profissional de fazerem experimentações em plenos atos ao vivo, marcada em várias entrevistas pelos próprios Adam e Marcus, esclarecendo que se consideram crianças num mundo onde os adultos não lhes podem dizer o que fazer, explorando assim todas as opções, sejam elas comuns, ou o mais estranhas possíveis, o que cria automaticamente interesse e originalidade, assim como a ilustração de uma imaginação fértil no mesmo cenário, exemplificando com robôs de quinze metros que disparam lasers dos olhos, figuras de palhaços de forma a perturbar o público que não esteja a dançar e figuras de banda desenhada japonesa. Enquanto adereços humorísticos, tendem a caraterizar o grupo e o espaço onde o grupo atua através da emoção da felicidade, do conforto em certas situações, e o incentivo à música.

Enquanto programadores visuais, tendem a priorizar sempre a música, trabalhando a partir dela. Apesar do auxílio físico ser o ecrã LED, os sintetizadores e os adereços, as atualizações continuam a aparecer, e o CGI aparenta dominar o espetáculo, do qual Adam Smith desmente esta informação, pois tenta alcançar uma moda orgânica fora do normal. Esta moda orgânica visual é presente em uma das músicas mais reconhecidas do grupo, “Galvanize”, que engloba o pensamento de liberdade, e da exploração necessária para a alcançar, independentemente do status social, liberdade financeira, etnia ou religião.