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Imagine como seria se todas nossas ações fossem premeditadas, tudo o que faz já foi escolhido, contudo, a qualquer hora pode ter um final completamente aleatório, ou deliberadamente múltiplo? Essa é a sensação que teríamos se fossemos um Sim, a conhecida nomenclatura dada ao modelo avatar na famossíssima série de jogo, The Sims.]

O usuário põe-se na posição de uma espécie de deus, onde ele pode criar qualquer tipo de indivíduo e construir qualquer tipo de residência/estabelecimento, em resumo, total controle sobre a vida de um personagem, esta narrativa que, para a vida do personagem, é um percurso narrativo pré-calculada e, de certo modo, linear.

No entanto, por mais que a intenção do jogo dê várias oportunidades de carreiras e aspirações para sua narrativa, ao mesmo essa premissa, e a própria capacidade, se contradiz, pois além do seu personagem falecer havendo realizado seu desejo de vida, assim como na vida real, pode também morrer por diversos meios acidentais, dando a opção ao usuário de continuar a narrativa com outro personagem ou simplesmente terminar esta e iniciar uma nova. Percebe-se o aspecto paradoxal de ser um mundo de diversas possibilidades, mas cuja ideia inicial seria, na realidade, haver uma linha singular, por mais que infinita.

O aspecto multilinear e de infinitos finais assemelha-se à teoria de Lev Manovich acerca do software e Bolter e Grusin acerca de imediação, que resulta no jogo The Sims, em que através do personagem, o usuário se encontra inserido num mundo paralelo, onde suas ações são calculadas e sistematizadas, como a programação de um software que define as funções e instruções de um computador para realizar tarefas, ao mesmo tempo que, ambas teorias sustentam a criação de uma realidade aperfeiçoada e de infinitas ações e interações que acabam por resultar em vários desfechos.