Pergunte ao Google qual o significado de mensagem e verá, como primeiro resultado, “comunicação, oral ou escrita, que transmite informação, ordem, felicitação, louvor etc.”. Agora pesquise por mensagem na Wikipedia e verá “a mensagem é, no sentido geral, o objeto da comunicação. Dependendo do contexto, o termo pode se aplicar tanto ao conteúdo da informação quanto à sua forma de apresentação”. O que mudou para que tenhamos resultados diferentes? O meio. Não é necessário ir longe, com um mesmo computador, usando sites diferentes, temos mensagens diferentes.

Cada meio de comunicação tem seu público específico, ativa sentidos e expectativas diferentes. Jogue um videogame de Avatar, depois assista ao filme Avatar. Mesmo que tenham a mesma história, as interações envolvidas são drasticamente diferentes. É possível que um grande fã de jogos, ao jogar, não se interesse pela história, pois esperava por uma grande jogabilidade, mas ao ver o filme sinta-se fascinado ao focar na história. Acredite, as histórias são as mesmas, mas o tipo de interação entre o usuário e o produto, não.

Sentidos são mediadores, pois é a maneira como nós percebemos o mundo. Somos organismos vivos e interagimos com o meio ambiente social. A apreciação do mundo é diferente, dependendo de cada um. Existe a propriocepção, ou seja, o sentido que se tenha dado, na forma como o corpo percebe o espaço. Há todo um sistema desenvolvido para que o corpo faça esse processo. Portanto, nós, como seres vivos, somos também um processo de mediação.

A ideia de que o “meio é a mensagem”, de Marshall McLuhan, mesmo que não tenha concordância de todos, mudou a indústria do entretenimento. Não só ela. Escolas criaram modalidades de ensino onde, veja só, o professor é o meio de comunicação: lá está todo o conteúdo, correções e até outros meios para interagir com colegas.

O meio de comunicação pode tornar o conteúdo atrativo. Escreva um diário, publique e tente vender. Pode ser que ninguém compre. Agora poste as mesmas coisas no Instagram. Quem sabe não ganhe fortunas com marketing. Marshall McLuhan também chama a atenção para o impacto que as mídias têm nos nossos sentidos, sobretudo na organização da sociedade: temos que pensar na dimensão das mídias e sua história.