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O Rotten Tomatoes é um website americano conhecido pela sua forma de classificar e avaliar os filmes: comparando-os com tomates. Essa ferramenta, conhecida como “Tomatômetro”, é uma forma de, segundo o próprio site, indicar o consenso da crítica, o que não exatamente indica uma qualidade. Quando mais de 60% das reviews classificadas são positivas, a película ganha a indicação de “tomate fresco”, e se o número for menor que esse, o filme é considerado um “tomate podre”.

Nesse contexto, no entanto, deve-se valorizar também outra dimensão – por vezes ignorada – do Rotten Tomatoes, que é a classificação do público. No seu célebre ensaio, “A obra de arte na época da possibilidade da sua reprodução técnica”, Walter Benjamin fala sobre um aspecto peculiar do cinema: A tomada de posição, por parte do espectador, de um crítico de arte. Ou seja, diante da performance do ator, mediada pela captura de seus movimentos por uma câmera e pela manipulação das imagens na edição, o público tem o poder de criticar este trabalho artístico, tomando posição sobre o mesmo a cada frame que passa.

Nesse sentido, há quem diga que o trabalho do público não é, nem deve ser esse. A verdade é que, para quem assiste o filme, isso não importa, porque a natureza do cinema implica esta relação específica.

Por isso, o Rotten Tomatoes, assim como outras empresas que são suas parentes distantes, ao acumularem também a crítica do público, são, de certo modo, uma concretização desse fenômeno descrito por Walter Benjamin. Dessa forma, além de democratizar o poder da crítica, o site também oferece uma plataforma para seu exercício livre, público e, graças às tecnologias de hoje, de fácil acesso.

A frescura do tomate depende do ponto de vista. Da próxima vez, é bom olhar o Rotten Tomatoes.