Nos tempos de hoje, é cada vez mais comum a transcodificação cultural dos museus, visto que temos vindo a assistir à criação de museus virtuais em que são expostas todas as obras de arte que constituem os mesmos. Entre os muitos museus e plataformas virtuais existentes hoje em dia, o Rijksmuseum também não foi exceção, disponibilizando igualmente visitas guiadas a 360º para contemplar as obras e aceder à informação das mesmas; e também assistir a vários episódios educativos que dão a conhecer informação sobre obras específicas ou até segredos sobre o próprio museu e das pinturas.

Além de sabermos que os museus virtuais são um remediação da pintura, é também possível afirmar que existe uma reprodutibilidade técnica nesse contexto, porque “a reprodução técnica torna a obra mais independente da original (…) e consegue colocá-la em contextos e situações em que o original não poderia participar” (Benjamin, W., 2006, p. 210) Os museus virtuais são meios que contribuem para a reprodução de imagens e de espaços que nos dão a impressão que estamos a acompanhar uma exposição em tempo real, mas no conforto da nossa casa, fazendo com haja uma janela de continuidade entre o interator e a exposição, aplicando o conceito da imediacia.

Apesar dos museus virtuais oferecerem uma oportunidade de experienciar uma visita guiada “online”, grande parte das obras de arte que fazem parte dos museus são facilmente acedidas num motor de pesquisa, e na internet em geral. Isto mostra que a reprodutibilidade técnica consegue fazer com que obra seja “reproduzida em um novos contextos de receção” retirando-a do domínio da sua tradição e que, consequentemente, “promoveram a sociedade e a cultura de massas”, fazendo que com o ato de ver uma obra de arte a um museu se tornasse algo banal, sendo que esta está facilmente disponível. (Benjamin, W., 2006, p. 210)

Fig. 1 – Vídeo da visita guiada online do Rijksmuseum