Atualmente, as tecnologias são rapidamente substituídas por outras, mais avançadas e funcionais. As indústrias, ao lançarem um determinado produto no mercado, já sabem que em pouco tempo sairá um novo, ainda melhor. Deste modo, pretendem que o produto se torne não funcional num curto período de tempo. A este fenómeno dá-se o nome de obsolescência programada, que tem como objetivo levar o consumidor a comprar a geração mais recente do produto.

Quando decidimos investir numa nova tecnologia pretendemos que tenha uma longa duração e que não seja preciso substituir por outra nova a curto prazo. Ora toda esta estratégia, por parte da indústria, de tornar obsoleto um determinado produto, causa prejuízos ao consumidor e afeta, também, o meio ambiente. Muitas das vezes, o descarte dos aparelhos tecnológicos é feito de forma inadequada, acabando por contaminar o solo com substâncias nocivas.

Cada vez mais as tecnologias são feitas para não durar, tornando-se, assim, quase descartáveis. Num curto prazo de tempo começam a apresentar defeitos, mesmo quando pouco utilizadas, levando-nos a adquirir o novo modelo. Surgem, constantemente, novos aparelhos, no caso dos smartphones e computadores, mais leves, finos, com melhor qualidade e mais avançados. É, de certa forma, impossível acompanhar o avanço da tecnologia. Esta estratégia de tornar o produto obsoleto, por parte das empresas, gera um ciclo consumista. No fim da vida útil dos aparelhos tecnológicos, o preço do arranjo é tão caro que acaba por compensar a compra de um novo, fomentando, desta forma, o consumismo.

Em todos os anúncios publicitários há um elemento do meio que nunca é mostrado: a maneira como ele é produzido. A obsolescência programada é a ferramenta, que além do marketing, move o consumismo e, por isso, é fundamental estarmos atentos à qualidade do produto e tomarmos consciência do seu processo de fabricação. Cabe aos consumidores combater esta estratégia da indústria, evitando a busca desenfreada por novos equipamentos, e às entidades competentes, por exemplo, impondo o aumento de anos de garantia dos aparelhos.

Gabriela Pereira