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A imediacia pode ter numerosos significados. Um engenheiro pode ter uma definição de imediacia diferente de um artista ou de um designer. Contudo, apesar destes múltiplos significados a imediacia tem sempre uma lógica comum entre todos os que a estudam, a de “fazer desaparecer”, ou seja, da transparência.

Jay David Bolter e Richard Grusin abordam este assunto na sua obra de 1999 “Remediation: Understanding New Media”, não afirmando que a imediação só existe nos dias de hoje através da tecnologia, pela interface do computador, mas que sempre existiu na pintura, fotografia e cinema.

Para perceber a imediacia nos gráficos de computador, é preciso ter em mente todos os processos que a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão tiveram de fazer para chegarem a esta lógica da transparência. É a nossa obsessão pelo realismo que faz com que os cientistas e engenheiros trabalhem e tentem alcançar através da computação aquilo que o artista consegue desde o século XV.

Uma das técnicas utilizadas para chegar a esta lógica é a técnica da perspetiva linear. A perspetiva linear é a representação de um objeto tridimensional através de um ponto no plano. Desta forma conseguimos perceber as dimensões desse objeto e o que está à sua volta. Porém, para imagens em movimento isto não é uma descoberta muito significativa pois os planos mudam e o objeto movimenta-se. Daí esta ser uma técnica necessária, mas não suficiente pois, na pintura e na fotografia o ponto de vista de quem vê é fixo, nos filmes e na televisão o ponto de vista é posto em movimento, sendo o diretor ou editor que controlam esse movimento, e nos computadores já não era só o ponto de vista que ficava em movimento como quem controlava esse movimento era o próprio utilizador do computador.

A imediacia é uma forma de tornar a interface do computador “natural” e não mecânica mas além dela poder “fazer desaparecer” o meio é também capaz de se relacionar intimamente com o utilizador.