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A televisão aparece a meio do século XX e é recebida com muita admiração e entusiasmo. Esta apenas chega a Portugal em dezembro de 1955 e não era acessível a todos, principalmente em áreas mais pobres do país. Quem tinha televisão deixava muitas vezes o vizinho ver, de graça ou à custa de umas moedas, e quem tivesse insónias não podia ter a sua companhia televisiva ao seu lado já que as emissões terminavam cedo.

Chegando ao século XXI tudo é diferente. Todos conhecemos e possuímos pelo menos uma televisão, sabemos de cor os botões do nosso comando, e se tivermos insónias mergulhamos pelas estranhas programações que os variados canais nos oferecem durante as várias horas da madrugada. Mas os novos modelos, como é o caso da televisão QLED 8K da marca Samsung, como consta na sua publicidade,  promete afinar as nossas sensações: visuais e auditivas.


Um ecrã que mostra a sua realidade de uma forma extremamente pormenorizada, com detalhes refinados, dando-nos a sensação de que estamos no sítio que a televisão nos mostra, e o ecrã são os nossos olhos.
A publicidade compara a televisão como se fosse um quadro renascentista, não só por a sua forma se assemelhar a um quadro, mas pela preocupação com o realismo daquilo que nos é mostrado.

A televisão já não é o objeto central da nossa sala, os media fazem com que a televisão seja uma extensão do nosso corpo: permite-nos sentir falta, experienciar e filtrar o que queremos ver.

Em suma, a televisão é um objeto que nos permite experienciar situações fantásticas, mas não nos permite sentir o cheiro do mar ou o vento no rosto ou sentir os pingos da chuva e nem sempre podemos filtrar o que queremos ver na nossa vida. A televisão dá-nos muito, mas nunca nos poderá dar tudo.

Beatriz Monteiro