Durante toda a história da arte é possível perceber o surgimento de novas tecnologias e técnicas de reprodução e a evolução desses processos. Como por exemplo, as evoluções de técnicas para a reprodução de imagens, desde a xilogravura, passando pela litografia até a fotografia, cinema e televisão. Em cada uma dessas técnicas, é possível observar uma evolução no que diz respeito à facilidade de reproduzir uma imagem, ou seja, as tecnologias de reprodução que surgiram após a litografia, permitiram que houvesse uma automatização tanto na produção quanto na reprodução de imagens, acelerando esses processos.

Nesse sentido, devido às evoluções tecnológicas, uma das características que essa automação produz nos media, é a possibilidade de criação de inúmeras cópias ou múltiplas versões de algo, de forma cada vez mais rápida. Essa característica de variabilidade têm consequências na arte, já que permite que obras de arte sejam reproduzidas e difundidas em grande escala, tendo como consequência disso a massificação dessas obras. Essa massificação, como resultado da reprodutibilidade, produz alguns efeitos na obra de arte, como a diminuição da presença da obra enquanto objeto singular num espaço, num tempo e num contexto, a perda das marcas de autenticidade ou aquilo que Walter Benjamin chamou de aura e a retirada da efemeridade de algumas representações. 

Nesse contexto, a natureza da arte é alterada e pode-se perceber uma completa mudança na relação da humanidade com as artes, visto que a reprodutibilidade faz com que as pessoas passem a consumir as obras de outras maneiras. Em outras palavras, alguém que tenha curiosidade de ver como é a Monalisa de Leonardo da Vinci, não precisa, necessariamente, frequentar o Louvre, basta acessar alguma representação desta através dos media. 

Entretanto, apesar da possibilidade de aceder às representações de inúmeras obras de arte, por exemplo pelo projecto “Google Arts & Culture”, permitir que muitas pessoas vejam obras extremaste importantes na historia da arte, há nesse acesso uma ilusão de contato com as obras, já que não podemos perceber nestas as características de aqui e agora ou marcas de autenticidade presentes nas obras originais. Conseguimos por um lado perceber as técnicas, cores e características de diversas obras, mas por outro esse contato é limitado pelas características da representação. Dessa forma, a massificação da arte, através da reprodutibilidade, não resulta e

Amanda Porto, 2019.