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O autor Benjamin argumentou que a reprodutividade técnica retira a autenticidade à imitação de uma obra. Por exemplo, ver uma imagem na Internet do quadro da Monalisa não estimula a mesma reação que a  Monalisa no museu do Louvre, em Paris.

Obviamente, ver o quadro no seu “habitat natural” transporta-nos para uma realidade mais próxima da história da obra do que o ecrã de um computador. Ou seja, o “aqui e agora” ( como o autor falou na sua obra, dá-nos a autenticidade.

Porém, eu acho que este argumento é daqueles que são apenas compreensíveis com a experiência vivida.

Por exemplo, eu, à 5 anos atrás, graças a bolos e rifas vendidos na escola, consegui ir numa viagem de estudo a Paris. Nesta viagem tive oportunidade de ver com os meus próprios olhos o quadro de Leonardo da Vinci. Realmente, vê-lo lá confere uma experiência completamente diferente , já que estamos mais ligados à história daquela arte, mas também lhe oferece alguma verdade. Foi só ao ver a Monalisa no seu estado de autenticidade que percebi o quão pequeno aquele quadro é, algo que nunca me tinha apercebido ao ver imagens no Google ou em folhetos.

Tendo isto em conta é possível concordar com o autor e dizer que só uma obra original nos dá toda a sua verdade, porem também, pelo menos a mim levanta outra questão: “Será certo propagar a “discriminação” de conhecimento de uma obra com base na maneira como a vimos?”

Ora, eu tive a oportunidade de ir ver a obra, contudo muitas pessoas fascinadas com arte que poderão nunca ter essa oportunidade. Porém, a meu ver, o conhecimento que essas pessoas adquirem ao pesquisarem a história da obra e ao analisarem cada detalhe da sua reprodução não deveria ser inferior ao de alguém que foi ver a obra ao museu.