Após um semestre académico de estudo e análise no que concerne à relação entre a arte e o multimédia, foi-me apresentada uma imensidão de possibilidades de definição da arte.

Ao longos dos séculos, as artes visuais foram classificadas de variadas formas, completamente distintas. Desde a pré-história à época medieval, e apesar das suas características dissemelhantes, a arte sempre foi um objeto fixo e finito. O digital surgiu como aniquilador dessa interpretação.

A tecnologia não veio apenas alterar os nossos hábitos diários, como se manifestou na transformação dos nossos pensamentos e da forma como nos expressamos. A arte dos novos média originou realidades originais de participação, interação e de receção. Neste seguimento, as novas formas de arte, aliadas ao digital, apresentam-se como performances, movimentos e acontecimentos, em vez de se exibirem como objetos fixos e concluídos.

Muitas vezes, as obras de arte organizam-se numa forma semelhante à de base de dados, em que os seus constituintes, aparentemente sem ligação, podem ser aglomerados ou ordenados de diferentes formas. Este processo permite, como a própria arte não digital já o possibilitava, que o espectador retire as suas ilações. Contudo, o artista, nesta vertente associada ao multimédia, também tem um maior poder de interação.

Através da utilização do digital, é possível desenvolver uma peça de arte “infinita”, isto é que nunca está concluída, podendo ser alterada por várias pessoas e sempre que se desejar, sem embargamentos materiais ou temporais. Como referido anteriormente, a arte deixa de ser fixa e completa, passando a ser um processo que pode ser alterado quer pelo seu criador quer pelos espectadores. D

isso são exemplo as obras de Alberto Zanela, um artista visual e vj, como é possível verificar no vídeo abaixo. As suas projeções em paredes degradas de São Paulo podem ser alteradas em qualquer momento e os próprios espectadores podem escolher as animações que gostariam de ver projetadas.

Em suma, Arte e Multimédia, apesar de surgir numa época em que todos assumem o conhecimento total deste universo tecnológico, apresenta-se essencial para a reflexão sobre a arte e, igualmente, sobre a vida no dia-a-dia.