Utilizando a nossa experiência cultural, conseguimos distinguir perfeitamente uma pintura de uma fotografia. A princípio, a diferença básica se define a partir da técnica utilizada, de materiais e ferramentas. A pintura, que do latim – pictum, supino de pingere, que é pintar, e do dicionário – Arte de pintar, representa sobre uma superfície as concepções do artista. E a fotografia, segundo o dicionário, é a arte ou processo de fixar a imagem de qualquer objeto ou realidade através de sensor digital ou superfície fotossensível (película ou chapa) com o auxílio da luz.

Se perguntarmos ao senso comum, diriam que a pintura é uma imagem feita à mão, com tintas, e a fotografia é obtida com um aparelho, no caso, a câmera. De fato, o que acontece no desenvolvimento das obras de arte é a perda da mão, e temos esse exemplo na fotografia: há a captação de um instante, enquanto a pintura demandou tempo para ser finalizada. Ambas possuem a seleção e o enquadramento adequado na perspectiva do autor, porém possuem intensidades distintas.

A imagem fotográfica se produz instantaneamente através da reflexão da luz, e ao contrário da pintura, não demanda de experiência, pois registra a aproximação do cotidiano e sua possibilidade de representação/presença no mundo. Como por exemplo no cinema, a reprodução da imagem acelerou-se de tal maneira, que ela passou a acompanhar a fala, de forma com que haja sincronia de imagens e sons.

Com a captação do instante (na reprodução da fotografia), a originalidade se perde, pois esta possui marcas da história. Uma das obras reproduzidas da História da Arte é a “Terraço do Café À Noite”, cujo nome completo é “O Terraço do Café na Place du Forum, Arles, à Noite”, é uma obra do pintor holandês Vincent Van Gogh, pintada durante o tempo do artista na cidade de Arles, França. Atualmente o quadro está exposto no Museu Kröller-Müller, em Otterlo, na Holanda.

Devemos lembrar que qualquer obra é projetada para determinado contexto e, sobretudo, para um encomendante que possui características próprias. Walter Benjamim nos dá margem para percebermos como a obra passou de original para reprodução em massa com o advento das mídias.

A consequência da massificação das obras de arte é fazer com que a original seja contextualizada novamente. Portanto, faz com que a obra tenha circulação autônoma e perca sua aura, ou seja, sua originalidade e o peso do contexto que ela traz consigo.

Ebony Stephanie S. Alberto.