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É necessário apenas uma palavra de ativação e o seu pedido é uma ordem! Essa palavrinha mágica pode ser “Siri”, “Alexa”, “Cortana”, “Google Assistance”… Pouco importa o nome ou a marca, a função delas é muito parecida, são assistentes virtuais – facilitadoras da vida moderna. Criadas para atender às necessidades do usuário, essas são programadas para interagir e executar tarefas quase como um ser humano, desde informar a previsão do tempo, colocar música para tocar, até fazer compras ‘online’.

Esses softwares são originados a partir das tecnologias de Inteligência Artificial, reconhecimento de fala e Processamento de Linguagem Natural, que transforma informações de bancos de dados numa linguagem compreensível. Janet Murray, em sua obra “Inventing the Medium – Principles of Interaction Design as a Cultural Practice”, destaca quatro capacidades do meio digital: entre elas, o poder de processamento, que configura instruções executáveis a partir de situações hipotéticas; e o meio participatório, em que os seres humanos têm a possibilidade de interagir com os objetos digitais e terem respostas às suas ações. Essas duas capacidades, quando juntas e em pleno funcionamento, dão origem à interatividade entre o meio e o utilizador – como é o caso dos ‘softwares’ que tem feito sucesso.

O ser humano já não se vê sem as máquinas há um bom tempo, e essa relação, um tanto quanto obsessiva por parte do usuário, se consolida a cada atualização. As assistentes virtuais, hoje, vão além de auxiliares dos aparelhos digitais, podem ser serviçais e até… amigas? Sim, amigas! Os ‘softwares’, a cada atualização, seguem uma lógica de humanização. A Siri, função da Apple, pode ser um exemplo de personificação da máquina. Uma vez originada para ajudar nas questões dos aparelhos digitais, hoje responde perguntas, conta piadas, faz ‘beatbox’ e dá conselhos amorosos. Isto, sem perder a eficiência como assistente, de modo que ainda executa ligações, cria lembretes, sem que o utilizador precise sequer mexer nas aplicações. 

A comunicação entre o ser humano e o aparelho é tão fácil a partir desses softwares que a interação realiza-se sem ao menos precisar encostar no objeto digital e pode ir além desses mesmos. Quando a interação entre a máquina e o ser humano é bem concebida, a ‘interface’ torna-se transparente, e as assistentes virtuais são a prova – não viva – desse processo. A Alexa, ‘software’ criado pela Amazon – e a mais nova queridinha dos usuários -, não se limita aos produtos da marca (como é o caso da Siri), de forma que esta pode interagir com televisões, geladeiras, fechaduras e até fazer compras, caso o usuário tenha os dados financeiros na sua conta. 

Todas essas facilidades criam uma certa dependência do usurário, não podemos negar. Contudo, representam também um capítulo que por anos só se foi visto em filmes de ficção científica. Qual será o próximo passo em direção a humanidade que as assistentes virtuais vão dar?