Será que temos mesmo liberdade de escolha ou será que somos condicionados a seguir certos caminhos em detrimento de chegarmos a um determinado fim já predeterminado?

Um exemplo concreto que nos remete a este questionamento é o filme de ficção interativa Black Mirror: Bandersnatch da Netflix, que para além de dar seguimento a uma das melhores séries alguma vez existentes, ainda agrega o conceito de videogame no sentido em que nos entrega uma multiplicidade de escolhas no seu decorrer e portanto o nosso papel não é de apenas espectador, mas na prática, de um jogador que irá ditar o final da história.

Se compararmos Bandersnatch aos programas software, onde já possuem em si a base de dados pré estabelecida e nós, navegadores, criamos a narrativa, ao navegar por entre os dados culturais daquele(s) programa(s), este filme-jogo, acaba por surfar na mesma ideia, uma vez que ao podermos participar ativamente, também nós definimos a narrativa deste.

Todavia, e após ter demorado 4h para concluir o filme devido à opção de poder voltar atrás e alterar o rumo da história, por mais alterações que eu fizesse o personagem parecia já estar condicionado a determinados passos pois, ao conduzi-lo por um caminho acabava por “fechar portas” a outros tantos, o que se analisarmos de perto indica alguma limitação na liberdade de escolha que à partida tínhamos.

Assim como as redes sociais, que nos fazem recomendações a todo o momento consoante as tendências e as nossas pesquisas, deixando pouca margem de adesão a conteúdos diferentes daquele que costumamos consumir regularmente.

Por fim, o existente dilema entre destino e liberdade de escolha abordado no filme que tanto se relaciona com a cultura digital deixa-nos a refletir sobre se realmente somos tão livres quanto julgamos ser ou se estamos limitados a cada escolha dada.

Fontes: