Walter Benjamin, com a obra The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction [Penguin, 1999] aborda um tema que trás consigo reflexões a nível da cultura ao focar-se no conceito da reprodutibilidade na arte e a sua relação direta com a sociedade da cultura de massas. Nesta, é apontada a diferença entre a reprodução manual e a reprodução mecânica na medida em que se afirma que a segunda “torna a obra mais independente da original ao colocar a obra de arte em contextos e situações em que o original não poderia participar”. Não obstante, a questão da perda de identidade e autenticidade da obra inicial na corrida das reproduções artísticas é também referida como problemática ativa no que toca à sua multiplicidade gradual, uma vez que cai facilmente na complexa cadeia que é a cultura das massas.

Desde sempre que artistas se inspiram entre si na criação de obras e utilizam referências como ponto de partida para iniciarem seus projetos, seja no ramo musical através da utilização de melodias ou harmonias já existentes; no meio cinematográfico, onde diretores refazem cenas de cânones do cinema; ou na fotografia que permite com que modelos sejam livres de fazer poses já antes feitas.

A polémica toma conta quando o plágio entra em cena na existência de pessoas que copiam projetos de outrem em busca de reconhecimento fácil, cometendo consequentemente um crime. Estamos perante, portanto, dois tipos de pessoa; aquela que se inspira, utiliza, ressignifica e atribui créditos ao autor, e aquela que copia, apenas. 

Todavia, sendo importante relevar ainda que dentre estas situações, existem casos e casos, e a própria psicologia parece conseguir explicar o fenómeno do plágio, em grande escala, ao expor as ideias de criptomnesia, que acontece quando, no exemplo de um músico, compõe algo que já existe, convencendo-se que a obra é nova e original e que a ele pertence; e amnésia de fonte, onde contrariamente, reconhece-se que a obra não é original do criador, mas não se consegue recordar de onde esta provém. Ambos dizem respeito à memória oculta, ou seja, acontecem de forma inconsciente e sem intencionalidade, à partida.

Um exemplo disso é a música Stay with me de Sam Smith que possui claras semelhanças com o tema de Tom Petty And The Heartbreakers, Won’t Back Down.