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Atualmente, o aperfeiçoamento da imersão e da realidade virtual vem se tornando cada vez mais aparente, por mais que haja ainda alguns quilómetros para percorrer; Bolter e Grusin explicam a ideia de imediação dividida em 3 passos: Perspectiva linear, Apagamento e Automatização da técnica de perspectiva linear, onde neste último, argumentam sobre as técnicas automáticas para a representação da perspectiva linear da realidade, por exemplo, uma fotografia ser a representação mais fidedigna da realidade, mas também onde o artista se apaga do processo, como se a fotografia criasse uma obra de conteúdo mais objetivo possível, assim também defendido por André Bazin e Stanley Cavell.

Mas devo dizer “Objeção!” à tal raciocínio, se refletirmos na ideia de que, tomando como base a Janela de Alberti, em que a imagem da realidade que chega aos nossos olhos permite a representação da respectiva perspectiva. No entanto, o que aqui também é possível perceber é que a realidade que chega aos nossos é subjetivo em si, possibilitando a ideia de que a realidade tal como ela é não existe. Assim como o filme Matrix, em que a ideia de que a realidade é na verdade uma simulação, o mesmo pode ser feito com a fotografia para contradizer Bolter, Grusin, Bazin e Cavell, uma vez que a fotografia possa ser uma representação mais fidedigna do aspecto estético visual da realidade, mas isso sempre partindo de uma perspectiva subjetiva, de um ponto de vista em particular do mundo material. Logo poderia-se pensar que o mundo que vemos pelos nossos próprios olhos é somente aquilo que o mundo projeta para eles, e o que verdadeiramente ele mostra nunca chegará a ser possível de ver?

Poderiamos dizer que inventamos a realidade virtual através de tecnologia, mas será que já não vivemos em uma?