Como todos sabemos a media e a arte estão quase sempre de “mão dada”, isto é, um fenómeno e o outro acabam sempre por estar relacionados, vivendo assim, numa era onde a música (enquanto arte) tem um grande impacto para as pessoas, como também permite beneficiar as mesmas (tal como sempre ocorreu durante séculos).

Passados anos surgiu um fenómeno na indústria musical designado por “girl band”, que veio revolucionar não só o individualismo nesta mesma, como permitiu a concentração de milhares de pessoas à volta do género musical que é o Pop. Mais recentemente, surgiu uma “variação” do Pop designado por K-Pop, isto é, um género de música popular que teve a sua origem na Coreia do Sul provocando assim, uma onda de inspiração em outros géneros de música e com uma ampliação global.

Agora com um pouco de contexto, pretendo introduzir aquilo a que chamo “o futuro da música”. Pessoalmente, a música já no século em que vivemos está a evoluir e a ganhar novas formas, nomeadamente a nível digital. Com isto, já conseguimos acompanhar a introdução de “characters” fictícios no mundo que é a música. As K/DA são exemplo disso, e é onde irá surgir a minha origem deste último texto.

As K/DA são essencialmente um “girl group” virtual que consiste em quatro personagens ou “characters” (Ahri; Akali; Evelynn; Kai’sa) de um videojogo designado por: “League Of Legends”. Desde 2018 que estas personagens pretendem renovar e revolucionar a indústria da música, concentrando inúmeros fãs à volta do mundo, podendo já ser jogadores de “LOL” ou não. As suas “labels” designadas por Riot Games (empresa criadora do jogo “League of Legends” e das K/DA) e Stone (label musical coreana) admitem ter introduzido esta nova conceção para expressar o desejo de criação de mais música de um novo ponto de vista. Detalhadamente, este grupo digital conta com a participação de estrelas do mundo da Pop e K-Pop, para darem voz a esta nova geração musical, sendo estas: Madison Beer (Evelynn); Jaira Burns (Kai’sa); e do mundo do K-Pop: Miyeon (Ahri) e Soyeon (Akali) que fazem parte do mesmo grupo feminino sul-coreano “(G)I-dle”.

K/DA (por ordem): Kai’sa, Ahri , Akali, Evelynn

A nível profissional, podemos contar com a “release” do primeiro single, em 2018, designado por “Pop/Stars” chegando a 1º lugar nos “charts” do mercado americano, tendo também a “release” de um álbum, no dia 6 de novembro de 2020, designado por “All Out” chegando a 5º lugar nos charts do mesmo, podendo este ser só “consumido” através do “download” digital, nas variadíssimas plataformas digitais (Spotify, Apple Music, Youtube, Deezer, etc). Este álbum contou também com a colaboração de uma nova personagem fictícia do jogo, chamada Seraphine, na canção “More” que se encontra no novo álbum das K/DA.

Videoclipe de “More

Por outro lado, a nível cultural estas “cool girls” também tiveram um grande impacto. Isto é demonstrado em conquistas como: o facto de terem chegado a número um com o seu single de 2018 tornando-se o quarto grupo feminino de K-Pop a fazê-lo; o videoclipe desse mesmo single ter contado com 5 milhões de visualizações em 24 horas quando foi publicado no Youtube, quebrando o recorde de “most viewed K-Pop debut group music video within 24 hours of publishing”; e ainda, por exemplo, a inovação e criação no mundo da arte digital, cosplay, entre outros. Posso também ainda destacar o facto destas “pop stars” terem sido demonstradas em forma de holograma, enquanto as respetivas cantoras que as personificam cantam na cerimónia de abertura do “World Championship” de 2018, relativamente ao videojogo em que este grupo se insere. Além disso, é também ainda possível acompanhar este grupo nas social media, designadamente no Instagram e Twitter.

K/DA (com Seraphine no meio)

Assim, penso que isto nos faça pensar de que modo as novas tecnologias nos farão evoluir para as diferentes formas de arte. Ou seja, de que forma a digitalização de seres humanos (ou uma espécie de formatação dos mesmos), como é exemplo as K/DA, poderá ser benéfico para a introdução de novos conhecimentos e cultura para uma comunidade mais vasta, e assim, consequentemente, mais global. Pessoalmente, não há maneira de negar que esta criação de um grupo feminino de “Pop stars” poderá vir a ser uma “trend”, motivando assim outros artistas gráficos e que trabalham com o meio digital a colaborar com pessoas da indústria musical, expandindo assim o conceito de “girl group” para outros géneros musicais. Sabemos que esta nova criação é algo inovador e que não o podemos negar, mas temos sempre que ter em atenção os limites a que podemos chegar enquanto seres artísticos e evolutivos. Com isto, o mundo musical terá a partir desta nova era sempre uma ligação com o meio digital, e deduzo que seja aí que podemos encontrar uma pequena conexão entre a arte e a multimédia.

Vídeo em que os hologramas são demonstrados

Escrito por: Tomás Almeida

Fontes: https://en.wikipedia.org/wiki/K-pop / https://en.wikipedia.org/wiki/K/DA