¨— Hey, Google, quais são as notícias de hoje?¨

Assim começa o meu dia, e o de milhares de pessoas ao redor do mundo.

O dispositivo da vez é o Oráculo, um facilitador das atividades diárias que também toca suas músicas favoritas.

A mediatização nos permitiu estarmos sempre um passo à frente, ¨com o futuro em nossas mãos¨. Em um contexto em que a tecnologia se torna cada vez mais indispensável para a nossa presença no mundo digital e interconectado, estas se tornam não só como ferramentas de auxílio, mas experiências catárticas.

A discussão virou tema de seriados, como Black Mirror, onde os diferentes futuros (apocalípticos ou não) retratados nos obrigam a refletir sobre essas possíveis realidades alternativas.

O usuário, super-exposto ao meio, e a seus estímulos, com interações cada vez mais imersivas; As fronteiras entre real e virtual ficando cada vez mais tênues, até o momento em que se entrelaçam e viram uma. Sob o escopo das mais variadas realidades mediadas, sejam elas virtuais, aumentadas ou híbridas, caminhamos cada vez mais pra um ponto, irreversível, de total dependência dos medium.

Mas, afinal, o quão dependentes somos destas novas tecnologias? McLuhan interpreta o conto de Narciso sob a perspectiva da submissão pessoal e imersão voluntária na ilusão que é a realidade alterada em frente a nós; Onde nos tornamos ídolos de nós mesmos, uma versão melhor de quem somos, dando nossos próprios sistemas, anestesiados e torpes em troca.

Sacrificamos nossos próprios sentidos e funções para uma vida perfeita.

É certo que a tecnologia nos expande horizontes nunca antes sequer pensados, e auxilia no progresso da humanidade, mas quando nos perguntamos o custo disso na funcionalidade humana (especialmente para com o seu meio) as respostas são alarmantes.

—¨Hey Google, o futuro é uma realidade mediada?¨

Giovanna Carvalho