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A reprodução técnica, presente no cinema, é indispensável à produção de um filme. Isto faz com que a arte e a tecnologia se juntem para a criação de uma obra, pois para Walter Benjamin o filme “é uma criação da coletividade”. Mas mesmo que o ator desempenhe a mesma função, este acaba por ter significados diferentes na forma como é visto pelo público.

Para Walter Benjamin o ator de cinema é um dos aspetos não-artísticos da realização de um filme. O ator não atua em frente a um público mas sim em frente a uma equipa técnica que filma as suas cenas várias vezes e que depois faz uma seleção. Essa seleção já não fica ao cargo do ator mas sim de quem está a realizar o filme pois a obra é dele.

No teatro isso já não ocorre da mesma maneira. O ator tem de atuar em frente a um público. Antes das atuações o ator tem de ensaiar com uma equipa técnica que o guia e o ajuda na sua performance, mas quando atua em frente a uma audiência ele já não pode errar. A performance que fez naquele momento não pode ser alterada e de todas as vezes que voltar a fazer a peça, a sua performance vai ser diferente.

A profissão é a mesma. Se formos pesquisar o significado de ator apenas aparece, “pessoa que finge”. E tanto no cinema como no teatro o ator realiza o mesmo trabalho, ele representa um papel, ele finge ser outra pessoa. A única diferença é que o ator de teatro tem simplesmente de se apoiar nele próprio enquanto que o ator de cinema tem uma maior ajuda técnica e pode criar cenários que no teatro não são possíveis.

Um exemplo dessa distinção pode ser encontrada no teatro musical “Cats” de 1981 e na versão cinematográfica de “Cats” em 2019.

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DVD do teatro musical “Cats” apresentado em 1981