Se como afirmou McLuhan o meio for a mensagem, então podemos entender a sua frase como uma hipérbole de caracterização do meio. Uma vez que, habitualmente ele seria apenas “pensado como simples canal de passagem” (McLuhan: 1944). Os simples canais de passagem são geralmente observados com neutralidade face à mensagem que querem passar, ou às vezes, como algo negativo ou um obstáculo. O que McLuhan faz, é chamar a atenção para o papel que os meios têm na transmissão de mensagens – partindo para uma análise da evolução dos meios de comunicação utilizados pelo homem e, num outro sentindo, das suas identidades e características. A análise comporta três períodos ou galáxias principais, encadeados: primeiro aquele da cultura acústica, onde, ainda sem alfabeto, o homem se comunicava por sons. Depois, com o surgimento da escrita e desenvolvida a ferramenta de leitura, a sociedade passou a valorizar a cultura visual: “Dotados de um alfabeto fonético que permite abstrair das sonoridades as significações e traduzir o som num código visual, os homens enfrentaram uma experiência que os transformou.”(McLuhan: 1994) Por fim e continuamente até aos dias de hoje temos a cultura eletrónica, onde todos os meios de comunicação se tornaram instantâneos, valorizando-se cada vez mais a velocidade. Poderíamos levantar inúmeras e variadas hipóteses sobre o que um meio é, ou o que um meio pode ser, por exemplo: um computador, uma televisão, uma imagem, um vídeo. Apesar de terem “famílias” diferentes todos são o canal de facilitação de alguma mensagem. Os meios são considerados uma extensão do homem, pois em certa medida o prolongam, potencializando os seus sentidos. Esta ilustração de Steve Cutts é um exemplo disso, uma vez a sua mensagem vai para além do conteúdo, a sua forma enquanto meio já comporta a mensagem que quer expressar.

Raquel Pedro.

Bibliografia:

Pombo, Olga (1994) Tradução. Cadernos de Filosofia e História da Educação, Caderno Nº1: ‘McLuhan: A Escola e os Media’, Lisboa: Universidade de Lisboa.

Pombo, Olga (1994) Tradução. “O meio é a mensagem” in Cadernos de Filosofia e História da Educação, Caderno Nº1: ‘McLuhan: A Escola e os Media’, Lisboa: Universidade de Lisboa.