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É inegável o desejo humano de se imergir no mundo digital, apenas ele tem o poder de manipular a realidade ao seu desejo. E apesar da tentativa inicial de se aproximar da vivência humana, criando um design “confortável” e cotidiano para atrair os usuários, cada vez mais a tecnologia abandona essa estratégia e se permite abranger para experiências que seriam “impossíveis” com uma simples leitura, pintura ou uma obra audiovisual.

A arte ou até mesmo a informação tem sido apresentada de modo interativo dentro do meio digital, para imergir o expectador. O ambiente irreal da realidade virtual é o que ela tem de mais atraente. O usuário desejo utilizar o entretenimento para fugir da realidade, para se ver envolto de coisas novas e diferentes, não apenas uma cópia exata da sua vivência.

Desse modo, as novas medias, ou medias eletrônicas, foram inicialmente interpretadas como uma ameaça as tradicionais. Analisadas como inimigas ou opostas a pintura, fotografia, literatura ou a imprensa. Mas, assim como discutido por Bolter e Gruisin, o poder da informação e conteúdos de serem transportados entre medias não pode ser ignorado.

Não apenas sendo transportado ou “derramado”, mas também pode acrescentar informação, ajudar na sua distribuição e propagação, e garantir o seu acesso. Se abandonarmos a ideia de apagar o meio, ver um quadro online não precisa se limitar a imitar a experiência de vê-lo pessoalmente, pode ir muito além disso, os meios eletrônicos podem levar o acesso à informação a outro patamar.

A integração de meios pode ser utilizada como um magnifico artificio para manutenção das medias antigas, e a continuação de todo o seu peso cultural e histórico para a sociedade. Um grande exemplo disso é o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo. Um museu interativo, que permite o visitante a olhar através da literatura e história, não apenas olhar para ela, tensão discutida por Lanham pela lógica da “hypermediacy”.

O museu se assume permeável e não hierárquico, que tenta ir além do significado da palavra. Transportando a definição de língua, da erudita até os seus usos mais atuais. Algo que só se torna possível pela sua interatividade, abordando o que é a Língua Portuguesa, sua memória e diversidade, em conjunto com os seus falantes, que são sua identidade.

Logo, dados bibliográficos, textos literários e históricos que poderiam ser limitados a leitura por teóricos e pesquisadores é apresentada para um variado publico que é cativado pela imersão e visual inovador do meio. Mantendo-se viva a cultura e história, não apenas guardada dentro de livros e artigos, e a eternizando na mente da população.