Começando por definir o que se entende por remediação (proveniente do latim remederi), este diz respeito ao ato de restaurar e inserir novos elementos de outros meios dentro de um meio a fim de retificar o mesmo. Digitalmente falando, as novas tecnologias dos media ao incorporar elementos de tecnologias anteriores, remediam e renovam os antigos media.

De forma resumida, dentro deste conceito, foram integrados outros dois, propostos por Jay David Bolter e Richard Grusin no livro Remediation: Understanding New Media (1999); imediacia que pretende tornar o meio invisível e hipermediacia que pelo contrário faz questão de o mostrar.

Tomemos como exemplo a industria musical que sofreu significativas alterações ao longo das décadas devido ao aparecimento de novas tecnologias que permitiram que o nosso contacto direto com esta fosse melhorado e facilitado, uma vez que inicialmente a única maneira de ouvir de facto música era comprar um disco de vinil e ouvi-lo do início ao fim numa sequência que não podia ser alterada, enquanto que hoje podemos ter acesso a todos os álbuns existentes a nível mundial através de uns cliques ao navegar na internet e ainda temos a vantagem de alterar a ordem da sequência, livremente.

Logicamente, que esta remediação veio a alterar a maneira como se produz discos (agora chamados de álbuns) e o modo como ouvimos diariamente os nossos artistas preferidos. Se antigamente se priorizava o disco e se contava histórias através da ordem com que eram colocadas as músicas, hoje o foco está nos singles, ou seja, nas cançõeslançadas individualmente consideradas comerciais o suficiente para divulgar a obra de certa banda ou músico/a (que podem ou não estar dentro de um álbum), e consequentemente nas playlists criadas por nós em canais de música como spotify, por exemplo, onde agrupamos músicas a nosso gosto de diferentes géneros, línguas, duração e artistas, de forma gratuita e ilimitada.