A questão de dar créditos a um autor/artista, de dar ao artista o reconhecimento que merecem relativamente à arte que produzem, ou da questão de revolta em relação ao conceito de autor.

Durante muitos anos na história da arte e dos artistas, a questão de quem era o autor era relativo, peças de arte feitas num estúdio de um “mestre” podia ser assinado pelo mesmo, ao invés de pelo artista (algo que ainda atualmente pode acontecer). Quem é o artista numa instalação gigante de um artista, como por exemplo, de Joana Vasconcelos, é ela quem pensa as peças, é ela quem idealiza, mas qual é a importância dada aos artistas que realmente fazem as composições? Ninguém fala dos artistas contratados para pegar nos tachos, nos garfos de plástico, e os transforma nas peças, tão aclamadas, de Vasconcelos.

Durante anos, livros escritos por mulheres eram assinados com nomes masculinos, sendo que por vezes obras de literatura escritas por mulheres casadas, quem assinava a autoria era o marido, podemos ver isso no caso do “Frankenstein”.

“Como fazer um poema dadaísta” de Tristan Tzara, mostra esta revolta contra o gênio, o conceito de autor. Então para ser um poeta, para escrever um poema apenas precisamos de recortar palavras, pôr estas palavras num saco e escolher aleatoriamente as palavras sem nenhuma sequência previa. Onde está na verdade o autor, será então esse o verdadeiro ator?

Com o aparecimento do experimentalismo, o conceito de autor é posto em questão, o que é o autor? O que é o original? Todos nós, artistas, temos inspirações. Um escritor, não está a criar palavras, não cria as letras, apenas as junta e mesmo aí é uma repetição; o músico que faz “sampling” de outras músicas, que tira inspiração de melodias.