Já repeti esta visita ao Museo Frida Kahlo (cidade do México, México) inúmeras vezes, nunca acho demais, de todas as vezes encontro qualquer pormenor novo e diferente (que possivelmente das outras vezes me escapa), que me faz ficar ainda mais rendida à sua arte e à sua forma de a expressar e transmitir. Sempre fui uma curiosa pela história de vida da Frida e pela manifestação artística, ainda que bastante conturbada e dura, ainda que a sua essência para mim seja sempre a de uma mulher lutadora e revolucionária no seu tempo. Por vezes há coisas que não se explicam, sentem-se…
Ora portanto, como é que uma curiosa pela obra de Frida Kahlo faz para ter contacto a qualquer hora, com a sua arte, o sítio onde viveu, pintou, sofreu,…? É através de uma visita virtual ao Museu com seu nome (mesmo a uma distância de milhares de km) e tem uma experiência completamente imersiva, deste espaço cultural, através do “Google Arts & Culture”, onde todas as obras foram digitalizadas e podem ser vistas, assim como o espaço (museu) em que estão inseridas.
É aqui que entra a reprodutibilidade da obra de arte e as várias vantagens que trouxe, nomeadamente o fácil acesso de todos às obras de arte, sejam elas quais forem. Por outro lado, a parte negativa de todo este processo, o facto que estarem a ser massivamente reproduzidas, pode fazer com que estas deixem de ser autênticas e que a obra original deixe de ser única no seu tempo e espaço, perdendo assim a sua aura (conforme nos propõe Walter Benjamin).
O que a obra de arte conserva da sua origem, a marca da sua história e toda a evidência que reside apenas contactando directamente com ela, sendo que, com a reprodução técnica não há contacto com a presença da obra, num determinado contexto, ou seja, as marcas da autenticidade desaparecem, não há o “aqui e agora”, que se encontram apenas no contacto com o original.
Ainda assim, eu arrisco e continuarei com estas vistas virtuais, até um dia…
Ana Mónica Martins
Bruno said:
Não entendo o texto: aponta a parte boa das pinturas estarem ao alcance de todos (e a autora é fã de Frida, portanto, é natural que queira que mais pessoas vejam seus quadros), mas perde boa parte do texto lamentando que isso torna as pinturas menos originais. Ora, a originalidade só interessa aos compradores e vendedores. Aos especialistas e estudantes interessa é ver as pinturas (de tudo quanto é artista) em arquivo digital de altíssima qualidade para que possa estudar as pinceladas, as técnicas… Não entendo como as pessoas escrevem esses textos. Não parecem o tipo de gente que se interessa pela pintura, mas somente pela artista, pela forma de ir ver (eu fui lá, sempre vou, sou diferente de quem só viu pela internet). Não faz sentido algum.
anamonicamartins said:
Antes de mais, boa tarde Bruno. Não sei a sua formação académica, nem sei se tem formação para comentar este texto. Ainda que já tenho ido ao local (que para este post é irrelevante), não me parece que quem escreve “..o tipo de gente que se interessa pela pintura…” seja alguém com capacidade de comentar ou criticar qualquer texto. Leia novamente e sobretudo informe-se. Já agora, se calhar convém rever a linguagem que utiliza nos comentários. Obrigada