Já repeti esta visita ao Museo Frida Kahlo (cidade do México, México) inúmeras vezes, nunca acho demais, de todas as vezes encontro qualquer pormenor novo e diferente (que possivelmente das outras vezes me escapa), que me faz ficar ainda mais rendida à sua arte e à sua forma de a expressar e transmitir. Sempre fui uma curiosa pela história de vida da Frida e pela manifestação artística, ainda que bastante conturbada e dura, ainda que a sua essência para mim seja sempre a de uma mulher lutadora e revolucionária no seu tempo. Por vezes há coisas que não se explicam, sentem-se…

Ora portanto, como é que uma curiosa pela obra de Frida Kahlo faz para ter contacto a qualquer hora, com a sua arte, o sítio onde viveu, pintou, sofreu,…? É através de uma visita virtual ao Museu com seu nome (mesmo a uma distância de milhares de km) e tem uma experiência completamente imersiva, deste espaço cultural, através do “Google Arts & Culture”, onde todas as obras foram digitalizadas e podem ser vistas, assim como o espaço (museu) em que estão inseridas.

É aqui que entra a reprodutibilidade da obra de arte e as várias vantagens que trouxe, nomeadamente o fácil acesso de todos às obras de arte, sejam elas quais forem. Por outro lado, a parte negativa de todo este processo, o facto que estarem a ser massivamente reproduzidas, pode fazer com que estas deixem de ser autênticas e que a obra original deixe de ser única no seu tempo e espaço, perdendo assim a sua aura (conforme nos propõe Walter Benjamin).

O que a obra de arte conserva da sua origem, a marca da sua história e toda a evidência que reside apenas contactando directamente com ela, sendo que, com a reprodução técnica não há contacto com a presença da obra, num determinado contexto, ou seja, as marcas da autenticidade desaparecem, não há o “aqui e agora”, que se encontram apenas no contacto com o original.

Ainda assim, eu arrisco e continuarei com estas vistas virtuais, até um dia…

Frida Kahlo (1926)

Ana Mónica Martins