Pela impossibilidade, ou negação dos mais básicos valores sócio-centrais, seja um direito, ou meramente um sentimento pessoal, cria-se uma imposição na vida do artista, onde este se manifesta através da expressão nas ruas, de forma mundialmente conhecida, a Street Art.

Conceituada como Arte Urbana, ou “urbanografia”, esta distingue-se das manifestações de caráter institucional ou empresarial pela representação sentimental relativamente a uma exigência. Enquanto na sua criação caraterizada como um movimento oculto subestimado, a street art foi gradualmente constituindo a forma da imposição artística, abrangendo várias modalidades de grafismos, desde o Graffiti, aplicado diretamente na parede, ao Stencil, marcada pela reprodução artística nas ruas, marcando uma expansão internacional, aos Stickers, ou autocolantes personalizados e aos cartazes, formados de plástico, papel ou cartão. Em definição arcaica, o termo era utilizado para identificar o “refinamento” de determinados traços executados pelos urbanistas ao “desenharem” a cidade, apresentando uma semelhante definição ao conceito atual. 

Da necessidade de flexibilidade no desenho da cidade surgiu a figura dos planos de gestão. Este facto fez cair em desuso, parcialmente, o termo “Arte Urbana”, ficando a relação entre Arte e cidade confinada durante anos à expressão Arte Pública.

Especificamente apresentada por urbanistas de renome, como a personagem que é ‘Vhils’, ou Alexandre Dias Farto, demonstra-se, involuntariamente, o ativismo praticado, por vezes relacionando ambos os destinos de ativismo e urbanismo artístico, criando o “Artivismo”. A definição concreta deste termo é a posição artística manifestar o foco principal no ativismo, seja este cultural, social, ou ambiental. 

Os artistas encontram na arte uma chamada à ação, seja ela política, ecológica, social ou espiritual, expressa através da literatura, pintura, escultura, teatro, cinema, música, performance ou intervenção urbana, as suas visões e leituras da vida e do mundo. De forma a espalhar uma ideia, os artistas incluem na arte de rua, ou arte urbana, a utilização de espaços públicos, como praças, calçadas, paredes, pontes e espaços privados, como metros e cabines telefónicas, para deixar suas mensagens.

Fora do contexto nacional, artistas de renome que foram reconhecidos pelo seu ativismo cultural são exemplificados pela comercialização do ramo, pelo nome que habita todas as cidades do mundo, Banksy. Este nascido em Brisket, em Inglaterra, tende a marcar o seu crescimento ativista através do Stencil, mostrando uma marca anarquista em moldes mais pequenos, combatendo o estigma dos conceitos autoritários e de poder, assim como a apresentação de obras marcadas pelo reaproveitamento de materiais recolhidos da rua, de forma a mostrar o descontentamento e combater o consumismo abusivo. 

Todas as expressões artísticas urbanas têm um papel muito importante na sociedade. Além de ser uma forma de expressão direta de seus idealizadores, sem esperar a ação dos grandes centros artísticos, a arte urbana prima por manter as cidades vivas, mais bonitas e cativar a atenção humana às estratégias revolucionárias que se podem vir a dar.