Tanto a moda quanto a arte têm histórias que querem transmitir ao seu público, ambas sempre foram sobre expressão. Nas últimas décadas, vimos designers de moda a utilizarem ideias de movimentos artísticos e a apresentá-las nas passarelas.
Em 1937, a estilista italiana Elsa Schiaparelli colaborou com o pintor surrealista espanhol Salvador Dalí. Ele desenhou o design de lagosta que seria incorporado ao tecido do vestido de organza de seda de Schiaparelli. Sendo um momento icônico na moda, o vestido não pertence a ninguém em específico, ao invés, o vestido encontra-se no Museu de Arte da Filadélfia.
Vestido de lagosta de Schiaparelli e Dalí
E em 1951, outro momento histórico aconteceu, uma colaboração entre o renomado pintor expressionista, Jackson Pollock, e Cecil Beaton. A coleção teve uma reportagem de três páginas na revista Vogue e foi nomeada “The New Soft Look”.
Em 1966, o estilista Paco Rabanne criou “Twelve Unwearable Dresses in Contemporary Materials”, uma coleção de alta-costura que não envolvia tecido, mas foi feita inteiramente por peças estruturadas com placas de alumínio, metal e plástico. Ele foi influenciado pelos movimentos surrealista e dadaísta, e modificou o convencional ao descartar os tecidos tradicionais e os kits de costuras.
Em 1965, os vestidos de coquetel de Yves Saint Laurent, inspirados na composição de 1921 de Piet Mondrian com vermelho, verde e azul, tornaram-se um dos melhores exemplos de moda artística. E em 2012, as designers americanas Kate e Laura Mulleavy usaram pinturas de Vincent van Gogh como inspiração para sua coleção de primavera. Os tecidos dos vestidos imitavam a paleta de cores amplamente conhecidas de Van Gogh.
A moda e a arte há muito estão unidas por seu fascínio, pela experimentação e inovação. Ao longo das décadas, não só vimos designers de moda inspirados em obras de arte icônicas, como também observamos como os costureiros misturam as disciplinas usando ferramentas e técnicas normalmente encontradas em estúdios de arte para criar roupas.
Portanto, ambos meios estão constantemente referenciando-se. Focados em expandir seus públicos, ambos ultrapassam os limites – tornando os dois setores aliados automáticos.
webgrafia:
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14702029.2021.1940454