A era digital caracteriza-se por ser um período que refletiu uma evolução em determinadas áreas. Nenhum momento na evolução digital terminou com a etapa que a precedeu, muito pelo contrário, incorporou-a.

A arte, ou arte digital, esteve e está de igual modo ligada a estes avanços tecnológicos. Assistimos a uma troca produtiva entre tecnologia e arte, e a cada advento digital as atividades artísticas adaptam-se e dão origem a novas formas de criação. No entanto, houve uma constante que não revelou alterações, a mensagem. A mensagem continua a prioridade do artista, e essa continua com principal destaque na hora da transmissão. Aparecem novos processos, a técnica evolui, surgem softwares, entre outros meios que se adaptam na criação de arte. Na pintura o efeito criou grandes resultados quando se uniu ao modo de criar arte digital. Essas novas criações foram tantas na última década que é comum o esquecimento da pintura contemporânea que em 100 anos continua viva e surpreendeu com as suas respostas á expansão dos média. Sabemos que a pintura sofreu uma ameaça pela fotografia e pelo cinema, e em sua defesa trouxe movimentos artísticos como o cubismo, o futurismo, o surrealismo, o dada… .

“A pintura ressurge cada vez que a sua morte é presumida.”

A exposição “Painting 2.0, Expression in the Information Age”, apresentada no Museu Brandhorst em Munique, é um ótimo exemplo em revelar a evolução da pintura e expor a sua relação com novos meios (vídeo games, televisão, banda desenhada e principalmente, a internet). “A mostra é baseada na nova onda de interesse em relação à pintura nos últimos anos, não somente no mercado das artes, mas também nas escolas de arte. Durante anos a pintura não foi a escolha mais fácil para o artista fazer. Agora parece que esse é (de novo) um campo discursivo ao qual vale a pena dedicar-se.” Tonio Kroner

As palavras-chave contidas nesta exposição são: Protesto, Comunidade e Corpo. São refletidas pelo interesse contemporâneo da arte de pintar e a sua ligação com as invenções tecnológicas. Os anos 60 foram a época mais reveladora da arte moderna. O modernismo ascende com movimentos artísticos como os que já referi e, com uma urgência de partilhar ideais livres e autónomos. “As novas tecnologias e os seus efeitos, como a cultura pop, desafiaram a pintura moderna. Artistas como, Robert Rauschenberg, Andy Warhol, Eva Hesse, Lee Lozano e Yves Klein, aceitaram esse desafio. Combinaram o vocabulário visual da arte moderna com as imagens e desafios da sociedade do espetáculo.”

Para concluir, conseguimos refletir sobre o impacto da evolução tecnológica nas artes através da pintura, especialmente por ser uma arte que deu origem a debates e desafios aos quais conseguiu sobreviver. É 100% credível comunicar através da pintura na era digital pelo motivo de incluir novos tipos de arte e abordagens analógicas. “ A pintura é uma espécie de ciborgue”. Tonio Kroner

Bárbara Catalão