As plataformas de streaming vieram para ficar. A pioneira deste tipo de serviço foi a Netflix. Com uma base robusta e cheia de conteúdo exclusivo lançou-se no mundo da Internet para oferecer o seu conteúdo e a sua forma de ver produções de alta qualidade, em casa.

A verdade é que a fórmula resultou e agora são mais as plataformas. Em Portugal temos HBO, Amazon Prime Video e a mais recente Disney +.

Exclusivos Netflix nomeados para os óscares. Da esquerda para a direita: The Irishman, Marriage Story (ao centro), Klaus (animação), Two Popes (direita)

Apesar de a maior parte do conteúdo que cada uma produz e oferece ser séries, a realidade está a mudar um pouco. A Netflix conta já com alguns filmes de alta produção que chegaram, inclusive, a serem nomeados para os Óscares. Curiosamente, os filmes com selo Netflix, ou seja, inteiramente produzidos pela plataforma, não estreiam nem têm lugar no cinema.

Foi também uma experiência por parte da empresa norte-americana que parece ter resultado. São já vários os lançamentos que não entram nos grandes ecrãs do cinema. O que é bastante lucrativo para a produção. Se os filmes saírem exclusivamente na plataforma, a receita que entra é totalmente para os produtores. Não existe repartição de receitas com a distribuição e cinemas.

Com a pandemia, agrava-se um problema que já parecia preocupar o cinema. São cada vez mais as plataformas de streaming de séries e filmes. São cada vez menos estreias exclusivas no cinema. São cada vez menos pessoas a deslocarem-se ao grande ecrã.

O alinhamento da Warner Bros. para 2021 conta com estreias na HBO Max

Recentemente, a Warner Brothers anunciou o seu alinhamento de estreias para 2021. Mas há uma grande novidade. Os filmes vão estrear nos cinemas mas, em simultâneo, também na sua plataforma de streaming, no caso, a HBO. Neste alinhamento contam filmes de grande produção como o novo Suicide Squad, Dune, Matrix 4, etc. Uma decisão que não coloca totalmente de parte a indústria do cinema, mas coloca a decisão nas mãos de cada um. Cada individuo é que vai escolher ir ao cinema, com os seus custos, ou escolher ver o filme em casa, tendo apenas de subscrever o serviço.

Já a Disney está em fase de testes. O novo filme da Mulan levantou polémica por ter estreado na sua plataforma, mas a custo adicional. Isto é, era necessário a subscrição à plataforma e ainda um extra só para ver o filme, o equivalente a um bilhete de cinema. Nesta época de natal estreia o novo filme da Pixar, Soul, e para este é apenas necessário a subscrição ao serviço.

Isto poderá ser o início do fim de uma era de cinema. Ir ao cinema é uma experiência e vai continuar a sê-lo, caso não se extinga por completo. Mas a verdade é que com o avançar da tecnologia, fica mais fácil e económico para as pessoas poderem ver estas estreias em casa. Futuramente, ir ao cinema vai ser como a diferença entre ir a um restaurante ou encomendar comida para casa.