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A pixel arte deriva da necessidade de arte de baixa resolução que tivesse a capacidade de retratar imagens usando uma paleta de cores e recursos bastante limitados. Também conhecida como 8 bit art, ganha esse nome devido ao facto de este estilo de arte ser aquele utilizado nos jogos que operavam em sistemas com estes processadores. 

A tecnologia moderna, já evoluiu para além do uso desses processadores, no entanto o termo continua a ser usado para se referir á arte com a aparência e “sentimento” desta era.  A pixel art existe desde o tempo em que isso era tudo o que se podia alcançar num computador, mas agora tornou-se uma verdadeira arte em si, caracterizada pelas cores simples, e principalmente a arte em blocos. É um exemplo de arte de nostalgia no seu melhor.

A preservação deste estilo pode ser argumentada através de um apego a um “período de ouro” das consolas de jogos de segunda e terceira geração, quando os gráficos eram considerados mais agradáveis ou adequados ao “sentimento” dos jogos.  No entanto, a continua criação de novas imagens neste estilo também se pode atribuir á necessidade de converter obras dos medias convencionais numa versão digitalizada que dê para ser quantificada em unidades numéricas, um fenómeno que surgiu com os novos medias de acordo com Lev Manovich em The language of new media

Este fenómeno verifica-se, por exemplo no trabalho do artista Jaebum joo, que reinterpreta obras de arte clássicas no estilo da pixel arte com o objetivo de ver o mundo por um ponto de vista pixelizado.

Pixel art by Jaebum joo

A pixel arte evoluiu e hoje em dia é comum ver-se animações de 8 bit, bastante populares entre animadores independentes ou grupos de pessoas que trabalham com baixos orçamentos em videoclipes animados ou curtas-metragens. É um estilo popular para videogames retro e recriações de imagens famosas noutros meios como filmes e desenhos animados.

É notável a facilidade adquirida através da evolução dos novos hardwares, fazendo com que esta arte seja limitada apenas pela criatividade do artista.

Um exemplo de um artista digital que desenvolveu um estilo de baseado na animação 8 bit monocromática, é Mattis Dovier. O seu estilo também deriva de inspirações do Macpaint, uma das primeiras ferramentas de arte digital que caiu em desuso, mas cujo look muitos ainda valorizam e tentam imitar.

Inspirado pelo pontilhismo das comics books, tal como o clima gótico de mangas underground de horror, Mattis Dovier, considera que este estilo combina com as narrativas dos seus trabalhos, que transitam entre cenas arrepiantes e paisagens hyper realistas, uma preocupação que não estava realmente presente no surgimento da pixel art, mas que Mattis Dovier adota nos seus trabalhos de modo a criar um resultado único em cada vídeo.

Numa entrevista, o artista justifica a escolha de uma arte “low-tech” de modo a concentrar-se na essência do que quer ilustrar, e o resultado desta escolha observa-se na criatividade dos seus trabalhos.

Bibliografia:

Behance. (sem data). Pixel art(The compilation of masterpiece series1)repost. Behance. Obtido 24 de novembro de 2022, de https://www.behance.net/gallery/16096301/Pixel-art%28The-compilation-of-masterpiece-series1%29repost

Manovich, L. (2002). The language of new media

Mattis Dovier tracks the painful metamorphosis of man into machine in his new short. (sem data). Obtido 24 de novembro de 2022, de https://www.itsnicethat.com/features/mattis-dovier-inside-channel-4-random-acts-260516

Mattis Dovier’s erotic, pixel art music video for Plurabelle. (sem data). Obtido 24 de novembro de 2022, de https://www.itsnicethat.com/articles/plurabelle