Barthes é um escritor francês do século XX que apoiava a teoria da “morte do autor”; teoria essa que se torna o destaque temático do livro que publicou em 1967.

A imagem 1 corresponde a uma obra de Fernando Aguiar em exposição na Casa da Escrita na cidade de Coimbra, que se enquadra na corrente artística conhecida como Experimentalismo.

Figura 1:Obra de Fernando Aguiar

O que é que estes dois tópicos têm em comum ou até que ponto podem ser interligados? Até ao dia 24 de outubro ( data da visita à exposição) eu também não veria  qualquer ligação, contudo, após uma breve reflexão a junção de ambos levantou-me algumas questões.

Ora, a ideia do experimentalismo é a de fazer obras diferentes que choquem pela negação das regras a que “estavam sujeitas “ os trabalhos  artísticos na altura.

Tendo em atenção esta resumida definição, é muito fácil perceber o meu espanto, admiração e até diria breve irritação ao ver exposto um conjunto de capas de livros sem as suas páginas.

A ideia de ver um conjunto de capas rasgadas das suas folhas que continham histórias que consideramos clássicas fez-me pensar fez-me pensar no quão frágeis e não imaculadas são as regras e obras em questão.

Mas não foi só isso que me chamou à atenção! Do lado direito da obra estava uma placa que continha a identificação do autor, porém, e juntando agora a teoria da morte do autor, será que faz sentido atribuir autoria a Fernando Aguiar ?

É aqui que entra a obra de Barthes, na medida em que esta descredibiliza a imagem de Autor, algo que nesta situação me parece possível, já que o que cria aquele trabalho são um conjunto de obras de outros autores.  Porém, até que ponto é que essa atitude não é errada tendo em ente o experimentalismo.

Esta confusão e inquietação de pensamento é a atitude perfeita procurada pelo experimentalismo, portanto acho que posso confirmar que, não interessa muito a quem atribuo a autoria ou até se o faço, interessa mais o tempo que passo a pensar sobre o assunto e a obra.