O ano é 1927 e estamos agora sentados em frente à primeira televisão da história. Um ecrã de 5 polegadas onde 68 linhas dividem a imagem que nos é transmitida, e o mundo para por uns instantes, soberbo. Desde aí, o Homem tem feito uma busca intensiva pela melhor das melhores resoluções de imagem, desafiando a própria tecnologia e arriscando em novos métodos.

Um conjunto de pixéis que leva a uma resolução SD (480p), que evolui pra uma resolução HD (720p), seguida do Full HD (1080p), 4K e o mais recente, os tão desejados 8K. A melhor resolução, a melhor imagem, a maior profundidade, o maior desempenho, as cores mais vivas de sempre, são estas as promessas que todos os anos as companhias de tecnologia fazem ao apresentar a mais recente gama de televisões. A massificação da comunicação molda a sociedade de forma a que tudo o desejado seja meramente superficial, de modo a que cada vez que um novo modelo vai para o mercado a sociedade corre para comprar o produto, para ter sempre o melhor e o mais caro, para ter um estatuto.

A verdade é que à medida que o tempo passa, a imagem torna-se realmente melhor, e sentimo-nos mais próximos de uma realidade, como se estivéssemos no lugar que nos apresentam na televisão, como se estivessémos a ver com os nossos próprios olhos, dentro de um filme ou no meio de uma savana no meio de leões, por uns segundos tudo se torna real, e arrepia-nos a espinha.

Mas será que existe um limite? Será que vale a pena investir numa imagem tão avançada que os consumidores não tenham possibilidade de comprar?

Júnia Guimarães