Com a evolução do digital, na arte criada através destes novos meios nada é por acaso. Cada pequena coisa que está lá colocada tem uma razão de ser. Mas o significado para cada um de nós dessa coisa difere dependendo do nosso meio e da nossa experiência de vida.

Uma pequena referência num filme de animação, por exemplo – por norma, os chamados “easter eggs” – pode despoletar em nós todo o tipo de teorias – “Porque está ali? Será que isto quer dizer aquilo?”. Mas na verdade pode ser só uma brincadeira ou uma pequena referência.

O meio onde estamos influencia claramente os significados que colocamos nas coisas. Na cultura cigana, por exemplo, imagens de sapos à porta dos locais significam que eles não podem entrar. A maçã em várias culturas significa o conhecimento, ou também pecado – o fruto proibido. A cor roxa nos países europeus é associada à realeza. Tudo isso são significados dados pelo meio.

Olhando para este anuncio, as cores são usadas para demonstrar como objeto publicitado – uma televisão – é bom, pois mostra as cores como devem ser vistas. Falam de uma cor como nenhuma outra, a melhor maneira de viver as cores como deve ser, ou seja, implicado que vivemos os significados que vamos receber. Porque quanto melhor imagem, melhor percebemos a mensagem que nos querem transmitir através daquilo que assistimos.

A própria da frase, podemos então ver, não está ali por acaso. As cores também não. O significado que querem que tiremos dali é quão boa é aquela televisão pela qualidade da imagem. Mas se cada um de nós analisar o anuncio encontra outros vários significados em cada pequena coisa que ali está. E é essa a questão do meio em todos os seus significados. Porque isso influencia como vemos aquilo que vemos. E na arte digital usada no marketing, isso é particularmente verdade pois tudo é pensado para fazer a venda.

Oriana da Cunha