Walter Benjamin, crítico literário e filósofo, reflete sobre o valor da arte. Na sua tese, o autor defende que a tendência para reproduzir obras de arte, faz com que estas percam a sua autenticidade, ou, pelas suas palavras, a sua “aura”. Ao longo das décadas, a evolução tecnológica permitiu a criação de novos meios de reprodução, como a impressão, a fundição e a xilogravura, citados na sua obra. De acordo com as ideias benjamianas sobre a arte, e a influência da reprodução na fotografia, qualquer produção que não traga algo de autêntico e se limite a copiar algo que já existe não é arte.
É perante esta ideia, que venho apresentar um exemplo com o intuito de desmistificar o conceito de obra de arte como algo irreproduzível.
O videojogo FIFA, já existente desde a década de 90, é o exemplo que venho apresentar. Este jogo, baseado num dos desportos mais praticados pelo mundo inteiro, o futebol, é lançado todos os anos. Muitas pessoas afirmam ser um jogo muito repetitivo, devido ao facto de não haver uma grande mudança do tema de ano para ano – o futebol, e isso é algo que não pode ser mudado. Porém, todos os anos a maioria dos seus utilizadores voltam a comprar este videojogo, pois continuam interessadas em saber qual é a novidade. Este ano, uma das principais diferenças foi o mecanismo de controlo de jogadores, isto é, a maneira como os jogadores se movem, como reagem a qualquer tipo de acontecimento em relação a uma partida, entre outros.
Outro exemplo, o facto de os videojogos poderem ser adaptados a cinema, mantendo a sua história e o seu conceito, comprova o meu ponto de vista no qual digo que videojogos podem ser considerados obras de arte.
Concluindo apesar de o conceito de obra de arte ser ambíguo e discutível, para mim, os videojogos podem também ser considerados obras de arte. Como vemos, é possível reproduzir o mesmo tema e o mesmo conceito, e ainda assim trazer algo de novo. Isto não invalida que se mantenha uma obra de arte e que tenha um valor artístico.
Bibliografia
1_Benjamin_A obra de arte na época da sua possibilidade de reprodução técnica (1936).pdf
Arte & Multimédia 