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Tendo como base a obra de Walter Benjamin “A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica” de 1935, o autor afirma que a obra de arte foi desde sempre reprodutível, mas para essa reprodução eram necessários meios de desenvolvimento tecnológicos que foram acontecendo ao longo da história em grandes intervalos, como foi o exemplo da xilografia até chegar à fase da litografia ( fases que tornaram a reprodutibilidade algo possível).

Parafraseando Walter Benjamin, é nesta fase que a mão se liberta da responsabilidade artística.

Segundo o autor, a obra de arte existe na premissa de que nos ajuda a desvendar a história da arte, possuindo o factor de autenticidade e possuindo uma tradição que nos ajuda a nós a desvendar que tipo de objeto ele é, torna-se num objeto de culto.

Então, as obras de arte que sofrem uma reprodução são ou não obras de arte? Quem faz essas reproduções pode ser considerado um artista?

Reproduzir uma obra de arte não significa voltar a refazê-la exatamente como ela é.

Há várias peças de arte que foram de facto, reproduzidas por outras artistas que colocaram a sua perspetiva e a criatividade inspirando-se numa obra posteriormente feita.

A obra de Leonardo da Vinci, Mona Lisa, é uma das obras mais reproduzidas desde sempre, seja com um objetivo de paródia, político ou até mesmo usado como uma crítica social. A versão do pintor Prado é considerada a cópia mais valiosa por ter sido criada ao mesmo tempo que a original.

As obras primordiais nunca irão perder o seu fator de obra autêntica, porém, as obras de reprodução também têm uma autenticidade própria de serem uma reprodução e oferece-nos a possibilidade de um outro olhar de um outro artista sobre uma obra que já vimos imensas vezes.