Etiquetas

,

O primeiro telemóvel que existiu media 33 cm de altura, 4,5 cm de largura e de espessura 8,9 cm. Foi lançado pela Motorola e fazia parte da série Dyna TAC. Pesava nada mais nada menos que 794 gramas e foi inventado por Martin Cooper, no ano de 1972.

Encontramo-nos, hoje em dia, em outubro de 2019 e um dos smartphones lançados o ano passado, pela Apple, o iPhone XS, mede 143,6 mm de altura, 70,9 mm de largura e de espessura 7,7 mm, pesando 177 gramas.

Estamos perante uma diferença abismal. É tão difícil, para nós, imaginarmo-nos a carregar quase 1kg para comunicarmos com alguém, como seria difícil, para um vivente do século XX, imaginar que algo tão frágil e leve nos fosse permitir fazer das mais diversas atividades! No entanto, a diminuição gradual de tamanho e peso não foi de todo equivalente a uma diminuição da importância do telemóvel. Antes pelo contrário, foi o facto de ele se ir tornando cada vez mais fácil de transportar e guardar, que fez com que fôssemos ficando mais e mais dependentes destes dispositivos, que são como um novo órgão adicionado ao nosso corpo, uma parte da nossa identidade ou uma segunda pele.

Parece que quanto mais estes dispositivos, como portáteis, telemóveis ou iPad’s, decrescem em tamanho, ocupando um espaço físico menor nas nossas malas, ou nas nossas mochilas, mais tendem a ocupar um espaço maior nas nossas vidas.

Ocorre, assim, um processo de imediacia, mais imediato do que parece, pois, se nos conscientizarmos, é fácil reconhecer que, neste caso específico dos telemóveis, há a tendência para se irem tornando cada vez mais finos (sendo que o iPhone XS perdeu já o botão redondo clássico dos iPhones) como que desaparecendo aos poucos, ficando ao mesmo tempo, paradoxalmente, mais presentes.