Recortes. Pedaços. Unidos. Sem sentido. Desordem. Caos. Assim é a colagem. Assim é o dadaísmo.

O dadaísmo foi uma corrente artística sem regras, onde, ao acaso, se combinavam palavras, letras, sílabas, cores, materiais, sons e movimentos. Hannah Höch foi uma das artistas mais importantes deste movimento que se focou maioritriamente na fotomontagem.

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Hannah Höch, 
cortando com a faca de cozinha Dada através da era tardia da cultura da barriga de cerveja da Alemanha de Weimar , 1920

Em adição aos problemas que artistas masculinos retratavam no dadaísmo como a guerra, a burguesia e a igreja, Hannah Höch retratou nas suas obras de forma prudente e vanguardista temas como a androginia, a “nova mulher” alemã e o discurso político patriarcal. A excentricidade desta artista demonstra-se e comprova-se na obra acima apresentada, pela complexidade e diversidade de imagens apresentadas desde palavras, retratos, partes de motores, maquinaria e, ainda, paisagem citadina. As cores dominantes são as do papel envelhecido, mas chama a atenção uma faixa azul no canto superior esquerdo.

Nas suas fotomontagens, Höch disseca imagens dessa nova mulher para recompô-las através de seu olhar transformador. Para isso, ela usa imagens de mulheres que se destacaram em diferentes mídias como a dança, cinema, teatro, cabré, política, feminismo ou arte. Usa principalmente partes de seus corpos relacionadas ao fetichismo, como os olhos, a boca ou as pernas. Também é comum em suas obras a combinação desses elementos com outras partes do corpo masculino, criando seres híbridos sem gênero específico.

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Hanna Höch, 
A Garota Bonita , 1920


O trabalho de Hanna Höch tem a capacidade de colocar em questão padrões pré-estabelecidos, apresenta-se como uma vanguardista dentro do movimento sufragista alemão e, tem também, como uma inteligência que não pode tocar de maneira indiferente a espectadora/ o espectador. Ensina-nos que para descontruir legados passados e enraizados de forma quase permanente, é necessário criar o caótico, o incomptível que cria sentido no não-sentido. Ensina através do seu exemplo a outras mulheres, que o poder também está nas nossas mãos e nos materiais que têm disponíveis no seu dia-a-dia, pois essa é uma característica fulcral no dadaísmo, a utilização de materiais comuns para realizar obras de arte.



Sitografia:

https://www.moma.org/artists/2675